quinta-feira, 9 de setembro de 2010

EPIDEMIA!

Os antropólogos têm razão: o comportamento é mesmo baseado nos costumes de um povo. Eu só não imaginava que até os maus hábitos, aqueles contra os quais lutamos para que mudem, estavam tão incrustados que se tornaram moda. Eu diria até tendência.

Estava eu, mais uma vez , pronta pra esperar o busão por pelo menos 40 minutos...não sei bem ao certo o motivo, mas chego no pondions 20:57h, na praça da Liberdade, sendo que o ônibus sai do Santo Antônio (aquele casamenteiro) às 21:00h, entretanto eu NUNCA! Eu disse NUNCA, consigo pegar esse maledito! Logo, o próximo só 21:40h. Já liguei pro 130 pra saber se o problema era meu relógio, mas não é. Enfim, já não começa bem a minha ida pra casa. Então, sento calmamente no banquinho gelado e tento pensar em outra coisa que não seja o ônibus the flash. Nisso, tem um cidadão sentado ao meu lado. Como ventava muito, um papel que balançava com o vento estava incomodando aquele senhor ao meu lado que, subitamente, arrancou o papel e jogou no chão. Eu juro, na chon!!! Aí eu pensei: “ ele ta de brincadeira, né? Tem uma lixeira no nariz dele!” . Mas ai, como eu tinha que tentar ficar tranqüila (não ando podendo me estressar...dá rugas), voltei a desviar o pensamento.

Como se não bastasse o ônibus, o mal educado do meu lado e aquela ventania gelada, vem uma dondoca e para em frente a praça em local proibido que dá acesso aos cadeirantes. Aí eu fiquei maluca! Olhei de um lado para o outro freneticamente pra ver se tinha alguém vendo aquilo que eu estava vendo. Se alguém tinha percebido que em menos de meia hora todas aquelas bizarrices tinham acontecido, mas não. Todo mundo lá, olhando pro relógio, pro céu, pro telão da rua, falando ao telefone. Ninguém pra me apoiar na indignação contra aqueles seres.

Entro no ônibus, duas adolescentes escutando funk e compartilhando com o resto dos passageiros. Eu olhava insistentemente pro trocador pra ver se ele fazia alguma coisa. Elas estavam sentadas na frente dele, no banco dos idosos (sim!), e ele não fazia nada. Eu sei que ele também não estava gostando. E eis que vem o final triunfante! As duas mocinhas funkeiras dão sinal e descem do ônibus sem pagar. Fiquei nude na hora!

Foram tantas coisas ao mesmo tempo, tanta falta de educação, respeito e cidadania que eu não tive reação além de abrir a boca e olhar pasma pro trocador.

Desci do ônibus, entrei em casa e tomei um banho pra me livrar da falta de educação. Porque eu tenho achado que isso pega. E não fazer nada também, porque eu não fiz. Temos que dar um jeito de tentar mudar isso, minha gente. Vamos começar a sair de casa e encarnar a professora, a mãe, a tia chata. Jogou o papel no chão? Chama o indivíduo, explica que não pode, dá um tapinha na mão e olha se ele jogou na lixeira. Porque tô achando que é só assim, aprendizado pela vergonha e humilhação.
Isso não é nada fashion, que vocês fiquem sabendo! Chanel já dizia há muito tempo atrás.

Rafaela Êvo

Um comentário:

  1. hj q li esse texto (mto bom, por sinal)... Mas, sis, sabe a velha frase q diz q "educação vem de berço"?Pois é... sinceramente não creio q adianta bater na mão de marmanjo, cavalão véio não... Temos q bancar as tias chatas, professoras é enqto os seres ainda são humanos, digo, bebês!Depois...ah, depois é só lamentar...e tomar banho pra não pegar!!Bjo

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